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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Previsão de gaveta


Lisboa - Portugal | Foto: Aglacy Mary

Foi no sábado.
Revirei nosso passado reto
E achei:
Vem aí um futurinho torto.


Na prateleira também temos "A quem educa boiada".

terça-feira, 22 de maio de 2012

Secura



haja poeta nesta terra!
haja, ademais, cantador
pra aliviar, na refrega,
as marcas de sol e dor

se, nessa ardência dolente,
a minha rima secasse,
se da viola a madeira
na quinta nota estalasse,

se ficasse muda a sanfona,
se o pife manhecesse gogo,
por perdida eu me dava a alma,
carvoeira no meio do fogo


Leia "Off/on".

Lábio preso


Foto: Aglacy Mary | Granada - Espanha

Como me querer silente
Se me expulsa um grito o seu sussurro?
Olvide a força de pedra
Que mora na contenção da areia
E corra o risco do tombo do descrente,
Cujo olhar se anuvia,
Cuja cabeça tonteia
Antes de saber vã a promessa
De não habitar a dúvida.


Você pode gostar de ler "De.cisão"

terça-feira, 15 de maio de 2012

Segredo

A moldura da foto é montagem

Pois quem dera alimentar tão bem desejo
E segredar a tal ponto o desejado
Que, antes de eu a ele me mostrar,
Ele a mim, por fim, se revelasse.

sábado, 5 de maio de 2012

Chamego de lua cheia



Não me tente o peito com sua redondez   
Lua urbana
Não me atire um caco de sua brancura
De porcelana
Nem me altere o rascunho de morte
Que é pra semana

Por um dia lhe ter cantado o poeta
Faz-se tirana
Nega-me o fôlego até o último suspiro
Luz muquirana
Deixa-me largada a este amor
Doce cabana


Você pode gostar de ler "Lado B"

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Em parafuso

Foto: Aglacy Mary | En una bodega de Granada - España


Será o fuso?
Sem ele, pior.
Confuso.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Identidade poética



Desprende-se um verso na contramão.
Onde sempre se encontrou alinho,
Esgueira-se a difusão,
Abre-se o descaminho.


Se pensa o verbo descorar-me, todavia, a tez,
Empedernido coração desperta e proclama
Jamais se dar aos braços almofadados da tepidez;
Enfrentar denodadamente o drama.


Podem esconder-se a rima e o riso,
Que teimam em confundir as verdades cruas,
Ou manter-se excessivamente o siso;
Que da poesia minha alma não se exclua.