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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Em memória


Cisco grosso. 
Invade os dois olhos
e faz doer 
como farpa de madeira
intrometida 
entre carne e unha.

A ciscaria veio
com a nota breve 
e desmusicada: 
Ela morreu.

Agora tudo se limita 
à irrevogável sombra.
Com cheiro de cimento novo
e velhos amigos
de boas memórias.

Se quiser ler mais, Tô de frase.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Meio assim

By eu mesma

não me queixo.
só lhe digo
que vivo
à beira das coisas.

quase falo,
quase esgano,
quase corro,
quase chego.

quase trágico:
quase amo.


Para você ler também: Tuas romãs.

domingo, 8 de setembro de 2013

Prosopis Juliflora

Foto: http://comitecaatingape.blogspot.com.br

Os dias de Zezo
cabiam bem
entre dois pés de algaroba.

Um sol inteiro,

um quinto de chão,
meio poço, 
a patroa,
seis meninos
e uns bodes.

Tudo balançando na mais perfeita

ordem de deus.

Até que aconteceu,

sem razão sabida:
Zezo trocou os bodes
por um cavalo,
e as algarobas
por uns paus de carroça
e uma vontade
de criar galhos.

Até hoje Zezo vai indo.


E suas algarobas
invadindo outros nordestes.


Leia também uma história: Gota d'água.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Cosecha

Ilustração: http://junglelegendperu.blogspot.com.br

Mis versos, recién nascidos,
requieren riego.

Mañana resistirán la sequía,

la tristeza de suelos áridos.

Y frutificarán.


Tal cual los árboles de marañón

durante el verano.

Tal vez ácidos,

pero sin las plagas del silêncio.


Leia Crespura.