Tarde no Mercado |
Neste dia em que lhe escrevo
Penso em você
Penso em você
Na lembrança de um bairro
Muito cantado na minha infância
Morar lá não morei
Mas lembro de suas cadeiras na porta
De seus meninos na rua
Do pipoqueiro e sua buzina
Dos gritos do moço do picolé
Da gaita do homem do quebra-queixo
Dos beijus no cesto daquele garoto
Eita lembranças doces
Com discreto sentir salgado
De uma lágrima sorrateira
Que diz dos bons tempos
De uma vida que vivi
No sentimento nostálgico
De ouvinte aplicada
Reclamar não reclamo
Porque herdei
Conversa na porta
Porque herdei
Conversa na porta
Picolé e pipoca
Quebra-queixo e beiju
Afinal, do Santo Antônio
Até a Porto da Folha
Foi só um pulo
E desse ponto em que me vi
Só lhe vi crescer, cidade minha
Vi se espalhar seu comércio
Renascer seu Mercado
Estourar seu São João
Nas estrelas de muitas sanfonas
Vi pipocarem hotéis e pousadas
Acolhendo turistas
Vi a orla mais linda
E as pontes cruzando gentes
Vi o povo admirar o mangue
Na pedra mais nobre da Nossa Coroa
Coroa do Meio e de luz
Ainda desejo, cidade querida
Um tanto de chão de pedra e piçarra
A se erguer no chute da bola
Do pé do moleque
E a grandeza dos seus areais
Mas festejo esta imensidão de asfalto
Que vai abrindo seus olhos
Para novos, ousados e lindos horizontes.
Oi Aglacy.
ResponderExcluirEstou de volta, eu acho. Sabe, às vezes me dá uma saudade de Aracaju...
Aproveito para agradecer mais uma vez. Adorei ter "A casa de Manuela" publicado no Cinform.
Abraço e um bom fim de semana.