Mangue-rio-mar / Foto:Aglacy Mary |
A menina, de manhãzinha
Só via
Cada nuvem que visitava sua janela.
Toda parecia igual, bem certa,
Sabedora do ofício,
Dona do fazer de nuvem.
Formava, crescia,
Chovia.
Da janela, o tempo se escondia
Por detrás de uma delas.
A menina, antes da sesta,
Só via.
Será que todas chovem?
Que fazem aquelas que não?
A menina, em fim de tarde,
Olhando as nuvens dormentes,
Pensava em outras artes
Para salvar a imagem
De porções não chovedoras
Da natureza tão certa.
A menina, naquela tarde, enfim,
Sorria
Para as nuvens de alforria.
(Não que chover não seja arte das boas)
De Aglacy Mary
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