Essa eu "peguei" na Aperipê |
Os sinaizinhos pretos sobre minha pele eram sementes das bananas engolidas na forma da vitamina diária que mamãe fazia. (Eu só não entendia como é que eles conseguiam posicionar-se de modo tão simétrico no meu corpo.)
Todo mês no pódio, ano a ano, recebendo medalha de ouro pela média 100,0 nas provas, ouvindo que eu nunca faria menos... 'E quando eu tirar 99,9?' (Aconteceu.)
Meu cocô só obedecia à paciência de meu pai: "Degavarzinho" (brincava assim com a palavra, eu no troninho, ele acocorado diante de mim).
Papai e mamãe fizeram um combinado muito justo: três filhos com a cor de um, três filhos com a cor do outro; dos seis, três com os cabelos de um, três com a mistura dos dois.
Uma de minhas bonecas falava, sorria, chorava, comia... Era minha irmã caçula.
Minha mãe não poderia ficar doente. Como o meu pai iria sem ela ao mercado, no sábado?
Um dia um peixe trará de volta meu sapatinho perdido na Ponte do Imperador.
Dona Lucy sabia tudo. (Sabia mesmo.)
As mangas do quintal do vizinho eram do vizinho, mesmo que caíssem no nosso quintal. (Código de família.)
Todo mês no pódio, ano a ano, recebendo medalha de ouro pela média 100,0 nas provas, ouvindo que eu nunca faria menos... 'E quando eu tirar 99,9?' (Aconteceu.)
Meu cocô só obedecia à paciência de meu pai: "Degavarzinho" (brincava assim com a palavra, eu no troninho, ele acocorado diante de mim).
Papai e mamãe fizeram um combinado muito justo: três filhos com a cor de um, três filhos com a cor do outro; dos seis, três com os cabelos de um, três com a mistura dos dois.
Uma de minhas bonecas falava, sorria, chorava, comia... Era minha irmã caçula.
Minha mãe não poderia ficar doente. Como o meu pai iria sem ela ao mercado, no sábado?
Um dia um peixe trará de volta meu sapatinho perdido na Ponte do Imperador.
Dona Lucy sabia tudo. (Sabia mesmo.)
As mangas do quintal do vizinho eram do vizinho, mesmo que caíssem no nosso quintal. (Código de família.)
Leitura rápida: Tô de frase.
Que lindo texto!
ResponderExcluirLendo-o consigo perfeitamente imaginar uma infância que não vivi, numa casa que não conheci, numa família que não convivi...
Consigo até brincar com Aglacy no quintal dessa casa, sob os olhares vigilantes de D. Lucy e Sr. Joel.
Parabéns, Aglacy!
Belos retalhos de uma infância feliz! Formam um lindo tecido de memórias. Tods nós temos isso. Eu, de longe, ainda ouço os pardais que vinham me acordar todas as manhãs e ainda espero a neve, já que o meu jardim, de uma cidade quente do sertão da Bahia, meu pai plantou um pinheiro. A neve não veio, mas sim o Granizo, em 86 e 90. Sim, pude acreditar que tudo pode acontecer, inclusive, encontrar meus avós e receber o carinho deles nos sonhos, já que haviam ido para o céu faz tempo. Assim como tenho certeza que recebes o carinho de sua tão amada mãe, tão presente em teus escritos, sempre que possível. Parabéns!
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