medrosa de cachorros e de árvores
cúmplices das profecias de mãe nervosa,
a menina franzina
acendia no rosto as duas jabuticabas
e se embrenhava nos recônditos da casa,
a descobrir mundos por habitar.
cúmplices das profecias de mãe nervosa,
a menina franzina
acendia no rosto as duas jabuticabas
e se embrenhava nos recônditos da casa,
a descobrir mundos por habitar.
povoou na sala o vão apertado
entre o assento e o braço do estofado
com pequenos tesouros de papel
modelados a pontas de firmes indicadores
e afiadas unhas de polegares,
tortos de mãe e de vó.
entre o assento e o braço do estofado
com pequenos tesouros de papel
modelados a pontas de firmes indicadores
e afiadas unhas de polegares,
tortos de mãe e de vó.
na segunda gaveta do móvel preto,
protegeu um formigueiro
consumidor de papéis
e de tolerância de mãe zelosa,
faz de conta que alheia
ao perfeito esconderijo.
de passagem secreta para o beco das plantas,
a casinha dos altos botijões de gás
(de onde se via o vaivém da cozinha)
virou lugar de sumiço
em tardes de crianças menos vigiadas
por adultos anfitriões.
protegeu um formigueiro
consumidor de papéis
e de tolerância de mãe zelosa,
faz de conta que alheia
ao perfeito esconderijo.
de passagem secreta para o beco das plantas,
a casinha dos altos botijões de gás
(de onde se via o vaivém da cozinha)
virou lugar de sumiço
em tardes de crianças menos vigiadas
por adultos anfitriões.
a menina cresceu com uma vontade
ainda bulindo no peito:
ainda bulindo no peito:
desvelar a escuridão guardada
na enormidade de um sótão
que abriga histórias
em retalhos de chãos e paredes
que não se querem largar
de seus donos.
na enormidade de um sótão
que abriga histórias
em retalhos de chãos e paredes
que não se querem largar
de seus donos.
nestas longas linhas pretas
e noutras tantas que a menina traça,
tentam escapar notícias que se vão
trancadas à chave do tempo
mas se libertam na saudade
que se acorda sob a luz inexorável
de cada dia seguinte.
e noutras tantas que a menina traça,
tentam escapar notícias que se vão
trancadas à chave do tempo
mas se libertam na saudade
que se acorda sob a luz inexorável
de cada dia seguinte.
Se quiser, você tem Alternativa para ler.
Bravo!BRAVÍSSIMO!
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